Está frio...
Sinto um arrepio na pele.
As lágrimas que verto
congelam à saída.
Abraço-me mas
não me aqueço.
Não consigo...
Envolta em mantas,
à beira da lareira,
com o carvão em brasa.
Mas...
Está frio...
Sinto o sangue a gelar
nas veias.
Os dedos inertes,
sem cor, sem vida.
Esfrego as mãos mas
não as sinto.
Não consigo...
À minha volta
os outros dançam,
riem e cantam.
Mas...
Está frio...
Sinto o coração
a deixar de bater.
A respiração cessa
lentamente.
Tento chamar por ti...
Não consigo...
Partistes com um
até nunca.
Levastes tudo o que
me aquece contigo.
Aqui vestida de tecido,
despida de ti...
Está frio...
Queria viver,
mas...
Não consigo!
Adelaide Miranda, 10/07/2015
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