domingo, 22 de abril de 2018

A Rosa Branca

Estava nervosa... Sentada à janela do Starbucks, Adelaide, olhava à volta na esperança que ele chegasse. A conversa tinha sido clara: se ele viesse significava que iriam colocar o passado para trás e re-inventar a relação. Se ele não viesse...
Desistiu de contar as pessoas que passavam
pela montra. Desistiu de tentar adivinhar nacionalidades. Desistiu de tentar adivinhar onde iam... Simplesmente, resignou-se a esperar.
A movimentação, na estação de Vitória, passou a ser uma imagem de fundo e quase a preto e branco. Eram sombras... Sombras de vidas a passar... Sombras do passar do tempo e ele sem chegar...
Não reparou quando a noite chegou, mas chegou. Eduardo, não deu sinais. A empregada do café, pediu-lhe educadamente que saisse. Teriam que fehar. Adelaide, levantou-se, saiu do café, parou em frente à loja e chorou. Ele não veio. Era o fim...
Sabia que as chances eram poucas, mas tinha esperanças... Eduardo! Adelaide, gritou de despero e levou as mãos ao coração tentando amparar a dor.
Eduardo, pediu ao patrão para sair mais cedo. Tinha Adelaide à espera. Não a queria massacrar mais. O passado era o passado e no passado deveria ficar. Ele também não tinha se comportado bem. Eram precisos dois para dançar o tango...
Saiu a correr e passou na florista para comprar uma rosa branca. Adelaide, saberia qual o significado da rosa.
Ao sair da florista, Eduardo, atrevessou a rua ao ver o autocarro que o levaria à estação de Vitória. Não viu o carro que vinha do outro lado... Sentiu o embate e foi atirado ao ar. Antes de cair ao chão, Eduardo gritou. Adelaide!!!! Fechou os olhos e cerrou nas mãos a rosa manchada de sangue...




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