sexta-feira, 25 de maio de 2018

Conselho de vinho, falso caminho.

O português tem a mania de dar conselhos. Existem, até, vários provérbios sobre conselhos, sendo o mais famoso: "Se conselho fosse bom ninguém dava".
Eu, infelizmente, tenho a mania de dar conselhos. Escapa-se sempre a boca para interferir onde não devo. Defeito de fabrico, mas em estado de reparação. Contudo, tenho uma pequena particularidade. Não dou conselhos sem fundamento. Apenas aconselho com base na minha experiência. Por exemplo, antes de poder vender algum imóvel a alguém tive de comprar, gerir, colocar as mãos na massa. Os meus conselhos têm fundamento e dados concretos baseados na minha vivência. Não gosto de atirar coisas para o ar sem saber do que estou a falar.
Não posso pedir à minha funcionária para se empenhar e cumprir prazos se eu mesma não o fizer. Não posso exigir o que quer que seja sem ter, eu mesma, capacidade de o fazer.
Ou seja, tento que os meus conselhos tenham legitimidade. A melhor coisa do mundo é ser legítimo. Embora "conselho e rapé só se dá a quem quer", tento que os conselhos que dou tenham alguma validade, ao menos para mim. Não posso aconselhar sem ser a maior seguidora do meu conselho.
Sendo portuguesa, é difícil ver a calar, está-me no sangue... Contudo, tento que quando falo as minhas palavras sejam legítimas. A legitimidade tem a ver com a autenticidade. Se tenho conselhos para dar, que seja a mim mesma. Tenho de ter a capacidade de viver de acordo com aquilo que digo.
Tenho, com o tempo, aprendido a observar e a falar menos. Contudo, quando me foge a boca que seja para a verdade. Vivo de acordo com os meus valores e lições aprendidas com a minha experiência. Aconselhem-se e sejam legítimos. Sejam legítimos e sejam felizes, sempre!

Adelaide Miranda, 25/05/2018


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